quarta-feira, 5 de março de 2008

Um álbum de lágrimas

Vai ser o dia mais triste. E já falta tão pouco. Vai estar sozinha em casa, e vai ser de noite, e vai estar a casa mergulhada em silêncio, e ela mergulhada em medos infinitos.
Vai sentar-se no chão do quarto, assustada, acender uma vela e a chama ser a mais fria. Vai estar a chorar, porque se parte com demasiada facilidade, e dificilmente desaparece. Vai cantar os parabéns baixinho, muito baixinho. Sozinha. Ninguém faz anos. Um sussurro: Parabéns nesta data querida. Muitos anos de vida? Será que é isso que vai desejar? É só uma data, um segredo. E como voltou a ficar sozinha, é só mais uma noite demasiado pura que ela engoliu de uma vez, e que nunca vai saber digerir.
Um álbum de lágrimas no colo. Estas, são só mais umas. E são únicas, porque o dia é gelo e é, ainda assim, celebrado.

Sem comentários: