segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Das ilusões mais bonitas

Faz anos daqui a pouco mais de duas horas. Dezoito anos. Quer parecer bem, animada, com a ideia. O carinho dos que a rodeiam traz calor ao frio de Janeiro. Chega cansada a casa, atira o violino quase ao chão, e morre durante alguns minutos na cama. Obriga-se a levantar, pensa no mundo, tem tudo que ficar bem, porque amanhã a vida começa, amanhã começam os melhores anos da vida dela, como todos lhe fazem crer. Acho que tem medo que nada mude. Tem medo de continuar a ter medo. Tem medo de chorar. E da responsabilidade de estar tudo a começar. Está quase. Que diferença fará? Não vai fazer diferença nenhuma. Mas é já daqui a duas horas e dois minutos. E nunca mais passam. Mas passou tudo tão depressa. Será que é desta que vai ser feliz para sempre? Não quero que o seja, mas não posso dizer em voz alta, porque hoje é o dia das ilusões mais bonitas e não quero que chore.

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